Como funciona o tratamento da endometriose?

27/09/2018

A maioria das mulheres tem a mesma dúvida: “Doutor, descobri que tenho endometriose. Vou ter que operar?”. Calma, pessoal. A cirurgia é uma das alternativas quando se fala sobre o tratamento desta doença.

Acontece que ela é uma patologia crônica. Por isso, é necessário fazer o acompanhamento constante com um ginecologista para impedir a progressão dos focos. Existem tratamentos que auxiliam no controle do problema, diminuem os sintomas de dor e sangramento e permitem até que se mantenha a fertilidade das pacientes.

Mas antes de direcionar você para qualquer que seja o procedimento, o seu médico vai identificar as características da sua doença. Ele vai perguntar qual a intensidade dos sintomas, descobrir quais órgãos foram atingidos, verificar se você já fez algum tratamento anterior e se tem vontade de engravidar. Ele pode, inclusive, pedir alguns exames complementares e avaliação com outros especialistas.

Feito isso, o profissional pode lhe encaminhar para um tratamento hormonal ou cirúrgico. Veja como eles funcionam:

 

Medicamentos hormonais

Conversando com o ginecologista, ele pode propor um tratamento não cirúrgico com medicamentos anovulatórios. Ou seja, ele vai tentar cessar o ciclo de estrogênio, que é o hormônio que afeta o endométrio, e impedir o crescimento da doença nos focos que você tiver apresentado.

Outra possibilidade é fazer a implantação do dispositivo intrauterino (DIU) no colo do útero para evitar que a endometriose progrida. Porém, esse tratamento não age nas lesões que já estão instaladas.

 

Cirurgia da endometriose

Quando não se tem a melhora que se espera com o tratamento clínico, existe suspeita de câncer ou disfunção em algum órgão, temos uma indicação de cirurgia.

Para fazer o diagnóstico preciso de endometriose, além dos sintomas, da ultrassonografia e da ressonância magnética, o padrão ouro utilizado é a videolaparoscopia. Com esse método visualizamos o interior da cavidade abdominal e verificamos no aparelho reprodutor a existência ou não de implantes de endometriose. Dependendo do grau, no momento do diagnóstico já podemos fazer uma abordagem cirúrgica para retirar todos os focos de tecido.

O tratamento cirúrgico pode ser a simples cauterização dos focos da doença no caso das mulheres que estão no estágio um (mais superficial), seguida do acompanhamento com medicamentos. A videolaparoscopia tem uma grande vantagem sobre a cirurgia a olho nu. Com ela se tem um aumento da visão em até 40 vezes sobre o tamanho normal da lesão. Uma cirurgia convencional pode deixar pequenos focos imperceptíveis.

Existe uma grande chance de se passar por uma gestação natural mesmo depois da cirurgia, se o grau da endometriose for moderado.

 

Bloqueio dos sintomas

“E essa dor que eu sinto, vai ser sempre assim, doutor?” É possível bloquear a dor causada pela endometriose. Isso é feito habitualmente por um anestesiologista, que vai aplicar um anestésico em determinado ponto nefrálgico seu. É um tratamento bastante eficaz que faz com que as pacientes tenham uma vida com maior qualidade.


Cirurgia definitiva

Quando a doença já está em um grau avançado como o nível 4 (ou seja, endometriose profunda), com lesões no diafragma, intestino ou bexiga, é preciso fazer a retirada do órgão. Podemos fazer a cirurgia preservando os ovários, se você tiver a intenção de passar por uma gestação, deixando preparados para que você possa realizar o tratamento hormonal e, posteriormente, uma fertilização in vitro.

Mesmo com todas essas alternativas, é importante dizer que nada garante a cura definitiva do problema. A endometriose é uma doença progressiva e alguns fatores que desencadeiam o processo continuam no organismo.

Por isso o tratamento é constante, mesmo depois da cirurgia. É fundamental fazer o acompanhamento clínico com uma equipe multidisciplinar, para garantir que você tenha qualidade de vida e evitar o aparecimento de novos focos.

 

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