Softskills para Médicos?

13/02/2020

Não vamos conversar sobre algum sintoma ou diagnóstico. A questão neste artigo é comportamento. Volte e meia me deparo com pessoas que quando se referem a classe médica se queixam, o fazem num tom depreciativo e, muitas vezes, de revolta. Fazem alusão a experiências pelas quais passaram vivenciando comportamentos difíceis, com relatos inclusive de arrogância e prepotência de alguns profissionais que parecem desinteressados e completamente insensíveis a problemática do outro. A recorrência destas narrativas têm ocasionado reflexões profundas e significativas sobre o papel do profissional da saúde. Não apenas o médico, mas todos aqueles que estão no entorno de momentos que sempre são tensionados e envoltos por uma emoção gigantesca porque se relacionam ao bem estar de pessoas próximas. Portanto, há muito amor envolvido aqui.

 

Ninguém vai ao consultório médico a passeio e mesmo quando o motivador é ocasionado por uma questão estética, há por trás daquele contato um incômodo, uma insatisfação. E para cada pessoa é diferente. É singular. Portanto, pessoas procuram atendimento movidas por aliviar as tensões que cada momento propicia. Daí a importância da formação do profissional no sentido de compreender o outro cada vez mais.  Perceber as suas dores, é fundamental. Empatia não é apenas a palavra da moda. Ela é um símbolo importante do Espírito do Tempo, o Zeitgeist, que sinaliza que estamos vivendo uma outra era. Um tempo onde o primeiro passo para a aproximação é nos disciplinar para ter  atitudes mais centrada no ser humano. Veja o TedX da @marthagabriel falando sobre o que nos torna diferente de robôs. Imperdível para ilustrar essa afirmação.

 

Essa jornada não é fácil. Desenvolver soft skills como comunicação, empatia, colaboração, flexibilidade, saber trabalhar sob pressão, para citar só algumas, tornou-se imprescindível para tornar a interação com as pessoas cada vez mais assertiva. Mas, poucos são os que reconhecem a necessidade de desenvolvimento nestes aspectos. Essas competências estão diretamente relacionadas com o comportamento profissional. São habilidades que tem a ver com as experiências, a cultura, os elementos que cada um traz em si, resultantes da sua educação e criação. Portanto, muito particulares.

 

Em síntese, inteligência emocional é hoje fator de diferenciação essencial para qualquer profissão. E quando se fala da área da saúde, principalmente do médico, esta precisa ser desenvolvida desde a sua formação. O preparo adequado com o aprofundamento do auto-conhecimento vai levar ao surgimento de profissionais ainda mais capacitados e aptos a desempenhar suas atividades não apenas junto aos pacientes, mas também frente as suas equipes de trabalho, sejam elas administrativas ou da saúde. Um grande profissional não depende exclusivamente de seu conhecimento técnico, mas de como constitui o seu relacional.

 

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