Endometriose: o que acontece se eu não tratar?

07/03/2019

A endometriose é uma doença crônica que está presente em cerca de 10% das mulheres. É mais comum que ela se forme nos ovários, nas tubas uterinas e no reto, que fica entre o útero e o intestino.

Existem algumas teorias entre nós, médicos, sobre as causas desta doença no organismo. É possível que ela esteja associada a questões genéticas e, muitas vezes, imunológicas, mas a teoria mais forte tem relação com problemas hormonais e o chamado refluxo menstrual.

Os sintomas são muitos e podem variar. No dia a dia, as pacientes me procuram sentindo cólicas antes e durante a menstruação, ou que se queixam de dor durante a relação sexual, como se tivesse um nódulo. Algumas mulheres até apresentam sintomas urinários. Mas é bastante comum que não se queixem de nada. Normalmente, a paciente procura um ginecologista porque não está conseguindo engravidar e, ao investigar, descobre que tem alguns focos de endometriose.

O fato é que, se não tratada adequadamente, a doença pode lhe trazer alguns riscos. Aqui estão os principais:

Infertilidade

A falta de acompanhamento e de um tratamento correto pode comprometer a vida reprodutiva da mulher, causando a infertilidade permanente. Como não existe uma cura definitiva, a endometriose não pode ser controlada com medicamentos comuns, como se fosse uma cólica qualquer. Existem alguns tratamentos hormonais que ajudam a controlar o problema e diminuem os sintomas.

Dependendo do grau de comprometimento do organismo, a cirurgia videolaparoscópica pode recuperar a sua capacidade reprodutiva e possibilitar uma gestação. Mas a indicação de cirurgia vai depender de uma avaliação minuciosa. Normalmente, o procedimento é indicado apenas quando a doença está em uma condição avançada.

Agravamento dos sintomas

A endometriose pode começar com um pequeno incômodo na hora da relação sexual e, de maneira progressiva, transformar tarefas diárias em missões impossíveis. Tenho algumas pacientes que chegaram até mim que, simplesmente, não conseguiam mais comparecer ao trabalho, com dores incapacitantes. Existem anticoncepcionais que conseguem controlar a menstruação e ajudam a tratar estes sintomas. No caso de sintomas severos, a cirurgia também irá melhorar a sua qualidade de vida.

 

Aprofundamento das lesões

Sendo uma doença progressiva, sem o tratamento adequado, os focos de endometriose podem se multiplicar e atingir outros órgãos, atingindo o intestino e até a bexiga. A complicação pode causar não somente as dores crônicas como também dificuldades para evacuar e urinar.

É muito raro que um quadro de endometriose evolua para um câncer, mas esta hipótese não podemos descartar esta hipótese. Apesar de pequenas as chances (menos de 1% dos casos), ainda existe um risco.

Sabendo de tudo isso, é importante que você esteja atenta a qualquer situação ou sintoma que saia do padrão para o período menstrual. Se a dor da cólica for considerada quase insuportável, houver desconforto durante as relações ou o fluxo menstrual estiver diferente, procure um ginecologista.  

Isto vale também para quem já realizou a cirurgia e removeu implantes da doença. É preciso manter a vigilância fazer um acompanhamento constante com o seu médico, controlando, inclusive, a alimentação.

Os cuidados irão facilitar o diagnóstico precoce da doença, garantir a melhora na qualidade de vida e diminuir o grau dos sintomas.  

Saiba como funciona o tratamento da endometriose

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