Existe cirurgia do refluxo?

31/10/2018

Muitos pacientes me procuram com aquela sensação de queimação no estômago. Isso pode até ser considerado normal associado com os maus hábitos alimentares que nós temos hoje, comendo pouco durante o dia e exagerando no prato à noite.

 

Mas, quando esse sintoma se torna frequente e vem com outros desconfortos, como uma tosse crônica ou dor ao deglutir alimentos, podemos começar a investigar se a causa está ligada à Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE).

 

Normalmente, conseguimos fazer o diagnóstico somente com as queixas no consultório, pois elas são bastante comuns. No entanto, para que se tenha certeza da doença existem alguns exames como a endoscopia digestiva, a PHmetria e a manometria. Eles podem determinar o grau da patologia no seu organismo, se é apenas um reflexo fisiológico e até mesmo identificar doenças associadas, como a hérnia de hiato.

 

Uma boa parte das pessoas pode ser tratada apenas clinicamente e com orientação nutricional, nos casos em que o refluxo for considerado leve ou moderado. Quando os meus pacientes não têm sucesso no tratamento com medicamentos e confirmamos a patologia com os exames específicos, avaliamos a possibilidade de uma cirurgia.

 

Assim como na cirurgia bariátrica, não é qualquer pessoa que pode ser submetida ao tratamento cirúrgico do refluxo. O gastroenterologista e o cirurgião irão trabalhar em conjunto para determinar se você tem condições de passar pelo procedimento, com uma indicação muito precisa para o seu caso.

 

Como funciona o tratamento cirúrgico

 

Hoje temos uma segurança muito grande e um risco muito baixo para o paciente com o tratamento feito por videolaparoscopia. Ou seja, colocamos uma microcâmera e pequenas pinças no abdome do paciente, sem a necessidade de realizar grandes incisões, como era feito antigamente.

 

Esse procedimento é considerado minimamente invasivo. Mas o que isso quer dizer, doutor? Quer dizer que você terá uma recuperação muito mais rápida do que a cirurgia convencional e menos dor no pós-operatório. Sem contar que você vai poder voltar às suas atividades habituais em poucas semanas. Além dessas vantagens, existe a questão do resultado estético, que é muito mais eficaz, com cicatrizes menores no paciente.

 

Com o tratamento cirúrgico, seguindo as orientações clínicas e associando isso com uma adequação alimentar você tem uma redução significativa do refluxo e ele pode voltar a ser uma situação fisiológica. Por isso, faço questão de indicar uma equipe multiprofissional para acompanhar de perto o tratamento.

 

O mais importante é: procure sempre orientação médica a qualquer sinal de alteração no seu organismo. A automedicação para aliviar os sintomas é um risco para a sua saúde.

 

Você pode saber mais sobre o refluxo gastroesofágico neste artigo que publiquei aqui no blog.

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